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No Tocantins, a Lagoa do Japonês é o destino turístico da hora

Por Zuleide D´Angelo

A Lagoa do Japonês é mais que um lugar agradável, é daqueles que quando você volta de lá a alma fica, e no lugar dela vêm as lembranças grudadas em cada poro. Incrustada na mata seca, comum em áreas calcárias, com árvores de pouca altura e troncos torcidos, uma estrada de acesso que anuncia a todo momento a perigosa aventura, possível em alguns trechos apenas para veículos de tração nas quatro  rodas. 

Tudo, para merecer o espetáculo. A recepção da lagoa cor azul turquesa não se faz esperar para dar as boas-vindas com a dança de minúsculos peixinhos na água cristalina.

Ainda nas proximidades da Lagoa do Japonês, o turista pode apreciar uma paisagem que contrasta com os outros biomas brasileiros. É o caso da amazonense Anaile Medeiros, servidora pública que aproveitou as férias do trabalho para conhecer de perto a Lagoa do Japonês, como parte do pacote turístico do Jalapão. 

A visitante disse estar impactada com a lagoa transparente , os peixinhos e a temperatura agradável da água. “Nunca havia visto”, disse. O espetáculo da natureza era inédito para ela que já havia conhecido muitos outros lugares. “Claro que, se puder, vou retorar”, garantiu ela. 

Admiração  igual  manifestou o marido de Anaile, Fábio Reis Castro, também servidor, que comemorou esse encontro com a natureza. Para ele, “uma das mais belas expressões”. Sentindo a brasilidade à flor da pele,  inspirado pela beleza do contato com gente de todos os lugares, resumiu: “o Brasil todo está aqui.”    

A lenda

Onde há pessoas, há também lendas. Uma lagoa encantada não poderia ficar fora do roteiro dessa expressão e manifestação cultural brasileira. Conta-se que, há muito, um velhinho japonês vivia na zona rural de Pindorama do Tocantins, sudeste do Estado, nos arredores da fazenda Sucuriú e, mais tarde, a fantástica lagoa que recebera provisoriamente outros nomes passou a pertencer, na boca do povo, a esse ancião oriental. Desde então, Lagoa do Japonês é nome de referência e de localização daquele lugar onde a natureza oferece, sem ônus, o seu melhor. 

O local é parte da história de muitas gerações da região pindoramense. Rubilene Correia Alves, a Rubi, nasceu, cresceu ali, nas adjacências e desde a infância desfrutou de muitos mergulhos na Lagoa. Hoje, está à frente do empreendimento Lagoa do Japonês, gestora do projeto de reestruturação do restaurante local que quer revelar aos olhos do mundo o tesouro guardado ali. 

O restaurante

Há pelo menos meia década, já havia sido implantado um projeto atendendo as normas de planejamento econômico-ambiental. O destino turístico passou a fazer parte do circuito Serras Gerais.  

Dentro da nova proposta, o empreendimento já recebeu, só no feriado prolongado do bicentenário de Independência do Brasil, mais de 200 pessoas, segundo Rubi, que ressaltou  ser  a carga máxima permitida de pessoas espalhadas pela lagoa, simultaneamente. Com formação acadêmica em gastronomia, Rubi assina a carta de delícias do bom gourmet que é confeccionado pelo talentoso chef internacional Pedro Sobrinho. Em breve, ele assumirá a chefia do restaurante. 

Dentre as boas ideias do empreendimento, segundo Rubi, está previsto ainda nesta temporada de verão tocantinense a confraternização de reinauguração do restaurante, bar, área de lazer, enfim, todas as opções de lazer e entretenimento a serem oferecidas ao turista na Lagoa do Japonês. 

Rubi disse que pretende apresentar ao grupo proprietário e quadro colaborador como será a sua gestão à frente do negócio. E os ventos já sopram a favor, a reinvenção do restaurante da Lagoa do Japonês chega num momento propício.  O lugar é reconhecido como destino turístico preferido, apesar da distância e dificuldades de acesso.  “As estradas fazem parte da aventura”, justificou Rubi. 

É certo que o poder público, nas suas devidas instâncias, deve ser acionado para respaldar a segurança da aventura, criando mecanismos adequados de manutenção contínua das estradas de acesso. 

A comunicadora Lohanna Maressa Estulano, que assina o marketing comunicacional do  empreendimento, ressalta que a acessibilidade das estradas, assim como as regras ambientais e de segurança estão dentro das prioridades da nova gestão. Para Lohanna, a Lagoa do Japonês é um importante valor agregado ao roteiro turístico do Tocantins.

Tim-tim!

O barista João Evangélico Filho Júnior  já preparou a carta de drinks da nova temporada. A vedete é o drink em homenagem à Lagoa do Japonês que leva o mesmo nome e a cor azul turquesa. A combinação é uma surpresa. Júnior que atua na Capital, Palmas, presta atualmente consultoria dentro da proposta de retomada do empreendimento.

Depois do delicioso requinte dos coquetéis, o passeio de barco sem bebidas a bordo, nenhum tipo de recipiente de vidro ou plástico, zero uso de protetor solar, ao som do canto do vento, das folhas tocando a lagoa e o burburinho de banhistas diante da entrega de tamanha beleza.

Tudo faz reverência à dança dos minúsculos peixinhos que rodopiam desde o fundo d ́água como num ritual eterno. O barqueiro Staley, de 24 anos, morador de Pindorama, assiste tudo ao ritmo do seu remo que desliza suavemente na água, como se tentasse desviar dos pequeninos  seres, já conhecidos seus. Não é para menos. Staley disse que em dia de muito  movimento costuma levar o barco com turistas para a gruta pelo menos cem vezes, até o Sol se pôr. O jovem faz parte do grupo de barqueiros do complexo. 

Outro cenário nem mais nem menos ousado e de sonhos. O caiaque transparente feito de acrílico desliza pela lagoa, quase invisível. A bordo, a lembrança, por algumas frações de tempo, de um conhecido conto de fadas. No meio da água mansa e transparente, o casco, a proa e a popa nos põe cara a cara com a ornamentação natural: céu, água e mata.

Serviço:

– Funcionamento: atendimento do bar e restaurante das 8 às 18h.

– Quanto custa: A entrada para passar o dia custa R$ 40 (por pessoa).

Para acampar: R$ 80,00 (diária/pessoa); criança até 12 anos não paga

– Formas de pagamento: aceita-se cartão de crédito e débito.

Área de camping: não fecha e são oferecidas estruturas de energia elétricas, tomadas, mesa com cadeiras, banheiros próximos (com chuveiros).

– Não pode: proibido som, animais de estimação, recipientes de vidro, acender fogo no chão, entrar com comida ou bebida no perímetro da lagoa, bar e restaurante. Permitido apenas na área de camping.

– Aluguel:

Sapatilha, R$10

Colete, R$10

Bóia macarrão, R$ 2

Tirolesa, R$ 50 (por pessoa)

Passeio de barco: R$10 (por pessoa)

Passeio de barco para tirar fotos: R$15 (por pessoa)

Caiaque transparente: R$ 50 (por pessoa)

– Internet: R$10 (diária)

– Informações: WhatsApp (63) 99240-8085

Na entrada da gruta, o contraste entre a água azul turquesa e a rocha calcária Foto: Emerson Silva

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